Em resposta às indagações da comunidade sobre o uso de veículos “fumacê” para combater o mosquito transmissor da dengue, a diretora da Sucen-Araçatuba (Superintendência Estadual de Controle de Endemias), Clélia Moreira Martinelli, explicou que o método não é mais recomendado há alguns anos pela Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Clélia, a utilização de carros para pulverização do veneno nos bairros com bastante frequência pode resultar em um efeito inverso.
“Em vez de eliminar o mosquito, pode contribuir para que ele fique resistente à ação do inseticida, tornando ainda mais difícil o combate aos vetores da doença”, esclareceu.
“Diversos laboratórios estudaram a eficiência do veneno neste método de combate à dengue, e as avaliações mostraram que ela é quase nula. Podemos matar hoje o mosquito que está voando, entretanto se persistirem os criadouros, os ovos do inseto continuarão encontrando ambiente propício para o desenvolvimento”, enfatizou a diretora.
“Portanto não há nada mais eficiente para a eliminação da dengue do que a ausência de criadouro com água parada. A postura dos ovos pela fêmea do Aedes Aegypti ocorre nestes locais”, afirmou ela.
A diretora da Sucen ainda comentou que um outro fator deve ser considerado no uso do “fumacê”, como por exemplo o risco potencial à saúde humana, por ser um inseticida químico.
Ela lembrou que quando era ministrado o inseticida através de veículos pelos bairros, a maioria das pessoas fechava portas e janelas de casa, evitando o contato com a substância por vários motivos, e isso era prejudicial, pois os mosquitos que encontravam-se dentro das residências, em busca de sangue para se alimentar, ficavam protegidos. “Não havia efetividade nesta ação”, comentou.
Clélia Martinelli reforçou que é preciso haver envolvimento e compromisso de toda a comunidade na tarefa de acabar com a dengue.
“Ficar atento à limpeza dos quintais e também verificar os criadouros dentro de casa é o principal. Mais de 90% dos casos de infestação do mosquito ocorre dentro dos imóveis habitados, ou seja, dentro do domicílio das pessoas. São cuidados diários que devem permanecer para a vida inteira”, concluiu.
Secom – PMP